Wellington Sversut - Bauru - Brasil

Schiller - educação artística

É possível uma educação estética?

Filosofia: da Arte ou Estética
Tema: a educação estética
Filósofo: Schiller (1759 – 1805)
Obra: Cartas sobre a Educação Estética da Humanidade (1795)

Biografia

Friedrich Schiller (1759 – 1805), foi um poeta, dramaturgo, filósofo e historiador alemão. Juntamente com Goethe, foi um dos grandes homens de letras da Alemanha do século XVIII. Uma de suas mais famosas poesias, a An die Freude (Ode à Alegria), inspirou Ludwig van Beethoven a escrever, em 1823, o quarto movimento de sua nona sinfonia.

Habilidade:
ler de modo filosófico textos de diferentes estruturas e registros


Frevo - Dança Popular
http://entretenimento.r7.com/musica/noticias/dia-do-frevo-e-comemorado-comcarnaval-antecipado-em-recife-20100209.html
Acesso em: 8 de janeiro de 2012
Balé - Dança Erudita
http://www.midiorama.com.br/works/2008/809/russian-state-ballet/
Acesso em: 8 de janeiro de 2012
Música Sertaneja - Música Popular
http://www.dicasdiarias.com/musicas-sertanejas-mais-tocadas-2010-2011/
Acesso em: 8 de janeiro de 2012
Quarteto de Orquestra de Câmara - Música Erudita
http://blog.jangadeiroonline.com.br/tag/quarteto-cearense/
Acesso em 8 de janeiro de 2012
Teatro de Rua - Teatro Popular
http://www.cidadaopg.sp.gov.br/imprensa/fotos/?p=15299
Acesso em: 8 de janeiro de 2012

Shakespeare - Teatro Erudita

Acesso em: 8 de janeiro de 2012

Habilidade: ler textos filosóficos de modo significativo

Cartas sobre a Educação Estética da Humanidade (1795)

Carta XII

(...) O cumprimento dessa dupla tarefa, de dar realidade ao necessário que está em nós e de submeter a realidade fora de nós à lei da necessidade, nos é proposto por duas forças opostas que nos impulsionam para a realização de seus objetos e que poderíamos chamar impulsos. O primeiro desses impulsos, que chamarei sensível, parte da existência física do homem ou de sua natureza sensível, e está empenhado em submetê-lo às limitações do tempo, em torná-lo matéria. (...) Matéria não significa, aqui, mais que modificação ou realidade que preencha o tempo; este impulso exige, portanto que haja modificação, que o tempo tenha um conteúdo. Este estado de tempo meramente preenchido chama-se sensação, e é somente através dele que se manifesta a existência física. (...) Quando, portanto este instinto age exclusivo, existe necessariamente a máxima limitação; o homem neste estado nada mais é que uma unidade quantitativa, um momento de tempo preenchido. (...)
O segundo impulso poderia chamar de formal; tem ponto de partida no ser absoluto do homem ou na sua natureza racional e visa libertá-lo, harmonizar a diversidade de suas aparências e afirmar sua pessoa contra toda variação em seu estado. Por não poder a pessoa, enquanto unidade absoluta e indivisível, estar em contradição consigo mesma, por sermos nós próprios em toda a eternidade, aquele impulso que visa afirmar a personalidade não pode exigir nada diverso daquilo que exige por toda a eternidade. (...)

Carta XIII

À primeira vista, nada nos parecerá mais contraditório que as tendências destes dois impulsos, na medida em que um visa a modificação, enquanto o outro quer a imobilidade. Apesar disso, são esses dois instintos que esgotam o conceito de humanidade, sendo impensável um terceiro impulso fundamental que faça a mediação entre os dois. Sendo assim, como reconstituir a unidade da natureza humana, que parece completamente negada por esta oposição radical e originária? (...) Vigiar e assegurar os limites a cada um dos dois impulsos é tarefa da cultura, que deve igual justiça aos dois e não busca afirmar apenas o impulso racional contra o sensível, mas também este contra aquele. Sua tarefa, portanto, é dupla: primeiramente, resguardar a sensibilidade das intervenções da liberdade; segunda, defender a personalidade contra as forças da sensação. Uma tarefa ela realiza pela educação da faculdade sensível, a outra, pela educação da faculdade racional.
Por ser o mundo extensão no tempo, modificação, a perfeição daquela que une o homem e o mundo deverá ser a maior mobilidade e corporeidade possíveis. Por ser a pessoa o perdurável em meio à modificação, autonomia e intensidade máximas deverá ser a perfeição daquela faculdade que se deve contrapor ao fluxo. Quanto mais facetada se educar a receptividade, quanto mais móvel for, quanto mais superfície oferecer aos fenômenos, tanto mais mundo o homem percebe, mais disposições ele cultiva; quanto mais força e profundeza ganhar sua personalidade, quanto mais liberdade ganhar sua razão, tanto mais mundo ele concebe, mais forma ele cria fora de si. Sua cultura irá consistir no seguinte: primeiro: proporcionar à sua receptividade os mais frequentes contatos com o mundo e levar ao máximo a passividade do sentimento; segundo: conquistar para as faculdades determinantes a máxima independência com relação às receptivas e ativar ao extremo a atividade da razão. Quando as duas faculdades se unificam, o homem conjuga a máxima plenitude de existência à máxima independência e liberdade, abarcando o mundo em lugar de perder-se nele submetendo a infinita multiplicidade dos fenômenos à unidade de sua razão. (...)

Carta XIV

Chegamos agora ao conceito da ação recíproca dos dois impulsos, em que a eficácia de cada qual ao mesmo tempo funda e limita a do outro; em que cada um encontra sua máxima manifestação justamente pela atividade do outro.
Esta tarefa de reciprocidade entre os dois impulsos é uma tarefa da razão, que o homem só pode realizar plenamente na perfeição de sua existência. (...) O impulso em que os dois se conjugam (seja-me permitido chamá-lo impulso lúdico) (...) aspira a superar o tempo no tempo e combinar ao ser absoluto o devir, a modificação à identidade.
O impulso sensível quer ser determinado, quer receber o seu objeto; o impulso formal quer determinar, quer engendrar o seu objeto; o impulso lúdico, então, aspira a receber assim como teria engendrado e engendrar assim como o sentido aspira a receber. (...)

Dicionário Filosófico

Arte popular - é aquela em que o artista aprende seu oficio como estrutura, modelagem e outros, sem terem frequentado escolas de artes. Mas criam obras de reconhecido valor estético e artístico. A arte popular é também intuitiva e trata de valores locais, regionais, representa crenças, lendas, costumes típicos de determinada cultura. O artista popular traduz o universo no qual ele vive, seu dia-a-dia humilde e, muitas vezes difícil.

Arte erudita - cria obras de valores universais, é fruto do trabalho de grandes artistas que possuem conhecimento técnicos e formais apurador, As obras eruditas são marcos de determinadas épocas e trazem reflexões acerca dos modos de expressão plástica e de inovações conceituais.

Habilidade: elaborar por escrito o que foi apropriado de modo reflexivo

1 – No início da Carta XII, Schiller diz que devemos cumprir uma dupla tarefa. Quais são elas? 
2 – Na sequencia, quais são os dois impulsos que realizam os objetos?
3 – Cite novamente os dois impulsos e relacione qual deles visa a modificação e qual visa a imobilidade.
4 – É a tarefa de quem vigiar e assegurar os limites a cada um dos dois impulsos?
5 – Qual é a dupla tarefa da cultura?
6 – Faça a relação:
                (A) Educação da Faculdade Sensível            
                (B) Educação da Faculdade Racional
                (   ) Defender a personalidade contra as forças da sensação
                (   ) Resguardar a sensibilidade das intervenções da liberdade
7 – Outra relação:
                (A) Educação da Faculdade Sensível
                (B) Educação da Faculdade Racional
                (   ) O homem concebe
                (   ) O homem percebe
8 – Se nos educarmos nas duas faculdades no que consistirá nossa cultura?
9 – O que acontece conosco quando as duas faculdades se unificam?
10 – Qual o nome e o significado do impulso em que os outros dois se conjugam?

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